"E de repente a vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso, é o seu lado certo." (Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

SILÊNCIO! A inveja tem sono leve





Não há nada de errado em ser feliz, ter amizades saudáveis, uma história de amor para contar, cabelos e unhas bonitas e, alguns por menores em detalhes. Expor isso é que incomoda, incomoda muito mais!
Tem que ficar quietinha, conter o sorriso, frear as palavras, engavetar os detalhes todos daquilo que nos compõe livres, leves e soltas! Porque, lá no fundo, a gente sabe - só não se segura e comenta com pessoas linguarudas de vez em quando pra desafiar o perigo, tirar dos ombros o peso de um segredo que nos faz feliz, desses que aumentam os decibéis da inveja de quem escuta e nos vê pairando ruas a dentro -, que o bom da vida não é para ser compartilhado aos quantro ventos (mesmo que virtuais), pois nem todos estão prontos para sorrir com você.

Ser feliz incomoda pela abstrata diferença entre quem considera todos os dias uma merda e, quem nem liga tanto quando por mais difícil que as coisas sejam, encontra-se um jeito para extrair delas o melhor que se pode. Ache um amor pra vida e seja objeto do resto de mal amados e cotovelos doloridos. Trabalhe naquilo que ame, com afinco, sucesso, dinheiro e tempo livre: terão os odiosos prazer em detestar alguém assim, contente naquilo que para o resto de todos é pura parte responsável de vida. Ter um corpo bacana, viajar sempre que quiser, puder e sem parar, adquirir o carro do momento ou simplesmente, ter talento e um pouco de sorte para conseguir sobreviver a um bufê de olhos gordos, línguas grandes e afiadas e cabeças quentes de olhos furados pelo seu espírito de paz. Tão fácil compreender o modo alegria que, a maioria se nega.

Receita não existe, conselho é tudo furada. Portanto: sejamos insuportáveis, de tão felizes! Claro que nem tudo está sempre uma maravilha. A gente às vezes pega ônibus errado, taxista oportunista, esquece pertences e dá um azar quando menos poderíamos. Ou ficamos doentes e temos a visão do mundo em slow motion, perdemos dinheiro, somos vítimas de uma chuva daquelas desprevenidos. Porém, não importa! Lembra daquele sorriso bom trocado no carro? Das frases curtas de amor antes de dormir? Do abração tamanho GG daquela amiga? Do elogio daquele professor difícil e carrasco? Incrível mesmo como a sorte passa pela gente e, distraídos num muro de lamentações sem saída, toca de leve e ninguém sente.

O fato é que gente naja vai estar sempre a solta e à espera de um tropeço, da baixa imunidade da sua auto-estima, do dedinho preso na porta do carro e o uivo de dor com a codificação da sua voz. Elixir, remédio, prevenção: sorria, meu bem! Sempre que possível.
Não é falso sempre, porque por mais que decline um dos lados da vida, há outro em primeiríssimo em cima de um pedestal do bom dessa vida. Basta que não deixemos de olhar pra fita no dedo, pro balanço final momentâneo da existência, mensagem bonita salva no celular, visita inesperada num final de tarde com sol se pondo... E olhar pra cima, encontrar motivos coerentes para agradecer. As najas que saiam feridas com o próprio veneno, quem veio pra esse mundo que faça o favor a si mesmo de ser feliz e mais reservado também, pois se você bem souber o quanto existe um limite para certos tipos de exposição em redes sociais e até vida real mesmo, saberá manter a privacidade de todos os bons momentos e, assim, perder menos tempo lamentando a inveja alheia.

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